Rafael Moneo x Cauny

Moneo

Coleção Moneo

O primeiro relógio de pulso desenhado pelo arquiteto Rafael Moneo.

A Coleção

A Visão de Moneo

Quando a CAUNY me convidou para desenhar um relógio, não pude deixar de pensar nas duas ocasiões em que tinha desenhado um: na Câmara Municipal de Logroño e na Estação de Atocha.

Em ambas, o relógio alude ao significado das horas associadas ao decorrer do dia: as 12 — o meio-dia — como o cume da jornada. As horas relacionadas com a actividade quotidiana, distinguindo entre a manhã e a tarde. Não como uma sucessão de instantes, algo que acontece claramente com o bater dos relógios digitais. E as horas em números romanos sobre os eixos de um quadrado, figura que tantas vezes vemos nos relógios de sol sobre os muros.

Com tal ponto de partida, aprofundar uma experiência como esta — passar do desenho do relógio num edifício ao desenho de um relógio de pulso — foi toda uma surpresa. Trabalhar com milímetros e décimas de milímetro, habituados que estamos a pensar em centímetros e metros, foi um exercício disciplinado ao qual não era estranha a presença da textura dos materiais que se faziam sentir no nosso pulso. No entanto, não foi surpresa comprovar, numa e noutra ocasião, que o sentido de proporção esteve sempre presente, e somos levamos a pensar que ambos os relógios tiveram origem na mesma mão.

Um novo relógio de pulso desenhado por Rafael Moneo

Conheça o Arquiteto

Rafael Moneo nasce em Tudela (Navarra) em 1937 e é uma das figuras mais marcantes do mundo da arquitectura dos últimos 50 anos. Recebeu o Prémio Pritzker em 1996 pelo conjunto da sua obra.

Estudou na Escola de Arquitectura de Madrid, onde se formou em 1961. Em 1970, obtém a Cátedra de Elementos de Composição na Escola de Arquitectura de Barcelona e, em 1985, é nomeado Chairman da Graduate School of Design da Universidade de Harvard.

É o autor de edificios tão célebres quanto o Museu de Arte Romana de Mérida, o Museu de Arte Moderna de Estocolmo, o Museu das Belas Artes de Houston, o Kursaal de San Sebastián, a Ampliação do Museu do Prado em Madrid ou a Catedral de Los Angeles.

Juntou à sua intensa prática de arquitectura um longo trabalho de reflexão e crítica. Várias gerações de arquitectos são marcadas pelos seus textos, entre os quais se conta o famoso ensaio A Solidão dos Edifícios. Nele escreve: “Prefiro pensar que arquitetura é o ar que respiramos quando os edifícios tiverem alcançado sua radical solidão.”

Além do Prémio Pritzker, recebeu numerosas distinções, entre as quais a Medalha de Ouro do Royal Institute of British Architects em 2003, o Prémio Príncipe das Asturias em 2012, o Praemium Imperiale do Japão em 2017 e o Leão de Ouro da bienal de Veneza em 2021.

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